Moro na França desde 2005 e mesmo se falo com minha família frequentemente, hoje percebi que estou meio por fora do que realmente acontece no Brasil.

Me senti como a rainha francesa Maria Antonieta “se não têm pão, comam brioche”.

Não tinha idéia da amplitude do problema do coronavírus no Brasil.

Aqui na França, estamos confinados desde segunda-feira, dia 16 de março. Devemos ficar em casa. As pessoas que não tem um emprego “essencial” (hospitais, alimentação, farmacia, bancos, postos de gasolina) devem trabalhar em casa, por teletrabalho, e os empregados que trabalham diretamente com o público e que a empresa teve que fechar temporariamente por causa da epidemia, vão receber o salário normal pelo seguro social, durante 14 dias. Os autônomos, como é meu caso, vão receber um financiamento.

Para sair de casa, temos que assinar uma autorização de saída, no perímetro do domicílio, para praticar um pouco de esporte, levar o cachorro pra passear, ir fazer compras essenciais ou se dirigir ao trabalho. Mas as escolas, parques, restaurantes, cinemas, lojas… estão fechados.

Hoje fiquei sabendo que no Brasil os funcionários podem ser mandado embora (com multa e indenizações, se nao tiver justa causa) e que a ajuda do governo para as pessoas de baixa renda é de 200 reais por mês.

Não vivemos a mesma realidade e aproveito para me desculpar pela minha ignorância em relação aos problemas fundamentais no Brasil.

Mas o Brasil vai beneficiar das experiências dos outros países que já tiveram que lidar com a crise.  

Eu entendo que todos estão com muito medo do que vai acontecer.

Então, prioridade ao que é prioritário. O que realmente é importante pra você?

O que você poderia fazer hoje se nao tivesse amanhã?

Por que tanto medo do futuro? Por que tentar adivinhar o que vai acontecer?

Você tem medo da morte, da doença, do sofrimento?

Temos medo do que não conhecemos.

A morte sempre foi um problema para aqueles que pensam que a vida é aqui, neste mundo. Para mim, a vida neste mundo é uma passagem, uma evolução, um aprendizado.

Medo de deixar os filhos, a família, tudo que construiu?

Você acredita ser essencial para a sobrevivência do mundo? Do seu mundo?

Você é único e maravilhoso. Mas se você partir, a vida vai se reorganizar. Não será melhor nem pior, será diferente.

Então viva hoje como um dia muito importante, porque todos os dias são únicos e especiais. Ria, ame, perdoe, dance… aproveite cada momento para ser feliz.

Não sabemos o que vai acontecer amanhã. O futuro se constrói a cada instante.

Não podemos mudar o passado, mas podemos aprender com as experiências.

Seja feliz hoje. Se você estiver bem hoje, amanhã vai ser ainda melhor. Tenha confiança !  

Cuide de você. Cuidando de você, automaticamente você cuida das pessoas que você ama.

Esta “guerra” psicologica que estamos vivendo vai passar.

Não deixe o medo de paralisar. Aproveite dessa pausa para rever suas prioridades, ser feliz agora, não esperar ter dinheiro, ter tempo ou outra desculpa. Ser feliz é simples. Não complique !